Luiz Inácio Lula da Silva tem reiterado seu apoio ao senador Rodrigo Pacheco, do PSD de Minas Gerais, como um potencial candidato ao governo do estado em 2026. Lula vê no ex-presidente do Senado uma figura de destaque no cenário político mineiro, elogiando sua atuação como defensor da democracia durante seu mandato à frente do Congresso Nacional. Em conversas recentes, o petista manifestou otimismo em relação a uma eventual candidatura de Pacheco, destacando que ele seria um nome forte para liderar Minas Gerais.
Esse apoio foi expresso em encontros privados e em declarações públicas, como em entrevistas a rádios mineiras, onde Lula afirmou que estaria ao lado de Pacheco caso ele decidisse concorrer.
A aposta de Lula em Pacheco faz parte de uma estratégia para fortalecer sua influência em Minas Gerais, o segundo estado mais populoso do Brasil e um campo de batalha político crucial. O presidente busca construir uma aliança com o PSD, partido de Pacheco, para garantir um palanque sólido em 2026, seja para sua própria reeleição ou para um sucessor de sua confiança. Ele chegou a sondar Pacheco para assumir um ministério, como forma de mantê-lo em evidência, mas o senador recusou a oferta em um almoço no Palácio da Alvorada, preferindo permanecer no Senado até o fim de seu mandato. Apesar disso, Lula mantém a porta aberta para uma parceria futura, enfatizando a competência e o potencial político do mineiro.
Pacheco, por sua vez, tem adotado uma postura cautelosa sobre seus planos para 2026. Embora tenha descartado assumir um cargo no governo federal por ora, ele não fechou completamente as portas para uma candidatura ao governo de Minas Gerais. O senador sinalizou que prefere focar sua agenda no estado, mas que só definirá seu futuro político mais adiante, possivelmente após o Carnaval de 2025. Essa hesitação é vista como uma tentativa de avaliar o cenário político e evitar compromissos prematuros, especialmente em um contexto de polarização entre apoiadores de Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro, que também busca manter influência em Minas por meio de aliados como o governador Romeu Zema, do Novo.
A relação entre Lula e Pacheco tem implicações para o xadrez político mineiro e nacional. O PT, que governa o Brasil sob Lula, deseja retomar o controle de Minas Gerais, perdido desde o fim do mandato de Fernando Pimentel em 2018, mas enfrenta resistência interna e externa à ideia de apoiar Pacheco em vez de lançar um candidato próprio. Enquanto isso, a oposição, liderada por figuras alinhadas a Bolsonaro, pode tentar contrapor nomes como o senador Cleitinho Azevedo, do Republicanos. A aposta de Lula em Pacheco dependerá da capacidade do senador de consolidar apoio entre os mineiros e da articulação do PSD e do PT para superar as divisões e formar uma frente competitiva em 2026.