Durante um ato na Avenida Paulista pela anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez um apelo direto ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela pediu que ele não comprometesse sua trajetória como juiz de carreira ao manter decisões que, segundo ela, prejudicam injustamente os envolvidos nos eventos. Michelle destacou casos como o de Adalgiza Maria Dourado, de 64 anos, que está doente e condenada a 16 anos de prisão, e Cleriston da Cunha, conhecido como Clezão, que morreu após passar mal na prisão.
O apelo de Michelle ocorre em um momento em que Fux sinaliza revisar penas aplicadas aos réus do 8 de janeiro, como no caso de Débora Rodrigues dos Santos, condenada a 14 anos por pichar a estátua da Justiça. Fux pediu vista no julgamento de Débora, indicando discordância com a pena proposta pelo relator Alexandre de Moraes, o que pode abrir espaço para sentenças mais brandas. Michelle usou esse contexto para reforçar a campanha pela libertação dos presos, enfatizando a situação de famílias afetadas.
A fala de Michelle reflete a pressão de setores da oposição sobre o STF, em especial sobre Fux, que integra a Primeira Turma da Corte, responsável por julgar denúncias de tentativa de golpe. A ex-primeira-dama citou a memória de Clezão, cuja morte gerou comoção, para sensibilizar o ministro, sugerindo que decisões mais justas poderiam evitar tragédias semelhantes. O ato na Paulista reuniu apoiadores que veem os condenados como vítimas de perseguição política.