Durante ato neste domingo, 6, na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, criticou o Judiciário e disse esperar ajuda do exterior. Bolsonaro chamou ao trio elétrico a mãe e a irmã de Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira que ficou presa por dois anos após pichar a estátua da Justiça durante os atos. “Não tenho adjetivo para qualificar quem condena uma mãe de dois filhos por um crime que ela não cometeu”, afirmou, chamando a pena de “suplício”.
Ré por tentativa de golpe de Estado, Débora está em prisão domiciliar há dez dias.
Em discurso de cerca de 25 minutos, Bolsonaro disse que o que “os canalhas querem não é me prender, é me matar”. “Sou um espinho na garganta deles”, afirmou. “Se eu estivesse no Brasil, seria preso na noite de 8 de janeiro.” Disse ainda que “só um psicopata para falar que aquilo foi uma tentativa armada de golpe”. Bolsonaro também acusou o Judiciário de ter favorecido Lula nas eleições de 2022. “A mão pesada beneficiou o outro lado”, disse, acrescentando que espera um Tribunal Superior Eleitoral mais “isento” em 2026, quando a corte será presidida por Kassio Nunes Marques, ministro indicado por ele ao STF.
O ex-presidente também criticou as penas impostas a “pessoas humildes” e ironizou o ministro Alexandre de Moraes, que usou um avião da FAB para viajar antes da final do Campeonato Paulista: “Tem que fazer que nem eu e viajar em voo de carreira”.
Ao tentar falar brevemente uma frase em inglês, Bolsonaro citou o caso de um pipoqueiro e de um sorveteiro processados pelos atos de 8 de janeiro. “Eu não falo inglês, uma grande falha da minha formação, mas quero dar um recado aqui para o mundo, e, depois, eu faço a tradução para vocês.” Ele também afirmou ter “esperança de ajuda de fora”. Segundo disse, a Justiça americana julgará em breve o caso de Filipe Martins, ex-assessor internacional de seu governo.
Sobre o filho Eduardo Bolsonaro, deputado autoexilado nos Estados Unidos, disse: “Faltou um filho meu aqui. O 03. Fala inglês, espanhol, árabe. Tem contato com pessoas importantes no mundo todo”.
Bolsonaro também elogiou os presidentes Donald Trump (EUA) e Nayib Bukele (El Salvador), além da francesa Marine Le Pen, líder do partido Reunião Nacional, que foi tornada inelegível por cinco anos.
O ex-presidente declarou ainda que não se arrepende de suas ações no governo: “Se tomei alguma decisão equivocada, não foi por má-fé. Foi por vontade de acertar”. Informações O Antagonista