Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL de São Paulo e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciou que se licenciará por quatro meses da Câmara dos Deputados para se mudar com a família para os Estados Unidos. Em uma entrevista no YouTube com o jornalista Luís Ernesto Lacombe, o apresentador Max Cardoso e o Jornalista Allan dos Santos, ele expressou o receio de nunca mais ver seu pai, justificando a decisão de permanecer no exterior. Eduardo afirmou que Jair Bolsonaro inicialmente pediu seu retorno ao Brasil, mas acabou aceitando os motivos da estadia nos EUA. A licença, aprovada pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante, está prevista para começar em 27 de fevereiro de 2025.
Durante a entrevista, Eduardo chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de "psicopata", acusando-o de ações que o fazem temer represálias judiciais. Ele disse: "É uma possibilidade real de eu nunca mais ver meu pai. É a vida adulta. Sacrifício", sugerindo que Moraes poderia confiscar seu passaporte se ele voltasse ao Brasil. O deputado criticou decisões do ministro, como prisões ligadas aos atos de 8 de janeiro de 2023 e o inquérito das fake news, afirmando que não pode contar com "decência ou senso de moralidade" de Moraes.
A fala reforça um histórico de atritos entre a família Bolsonaro e o magistrado.
A declaração de Eduardo foi feita enquanto ele planeja articulações nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras, incluindo Moraes, com quem já teve confrontos públicos. Ele mencionou que sua estadia no exterior servirá para "buscar punições" contra o ministro, alinhando-se a parlamentares americanos e ao governo de Donald Trump, que assumiu em 2025. Eduardo emocionou-se ao falar da possibilidade de não rever o pai, que enfrenta denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe de Estado, relatadas por Moraes no STF.
Jair Bolsonaro compartilhou a entrevista em grupos de WhatsApp, ampliando sua visibilidade entre apoiadores.
A crítica a Moraes como "psicopata" ecoa declarações anteriores de Eduardo, como em um ato na Avenida Paulista em setembro de 2024, onde pediu o impeachment do ministro e o acusou de prisões injustas, como a de Filipe Martins. Na entrevista recente, ele insistiu que Moraes age por "capricho pessoal" e poderia estar planejando sua detenção. A mudança temporária para a região de Washington, D.C., é vista como uma estratégia para evitar processos no Brasil, enquanto Eduardo mantém sua influência política à distância, apoiado por nomes da direita internacional, como Elon Musk e Steve Bannon.