Após assumir o comando do Patriota em São Paulo com "porteira fechada", em 2020, a cúpula do Movimento Brasil Livre (MBL) vai se reunir na noite desta terça-feira, 1, para definir o seu destino caso a legenda confirme a intenção de abrigar a família Bolsonaro nas eleições de 2022.
"Vamos ver como agir. Não existe a possibilidade de estarmos juntos no mesmo projeto político. A entrada do Flávio ao partido foi terrível", disse ao Estadão o deputado estadual Arthur do Val, mas conhecido como Mamãe Falei, referindo-se à filiação do filho "01" do presidente, anunciada nesta segunda.
Segundo a Coluna do Estadão, o vereador Rubens Nunes (Patriotas), que é um dos líderes do MBL, chamou de "golpe" a articulação entre o partido e Flávio Bolsonaro.
"Eles dizem que são de direita, então por que sairiam do Patriotas? Flávio Bolsonaro é direita, somos da mesma família. Se depender de mim, eles (MBL) não sairão. Mas, se ficarem, vão ter de fazer campanha para o Bolsonaro", respondeu ao Estadão o presidente nacional do Patriota, Adílson Barroso.
Questionado sobre a decisão de uma ala da sigla de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a mudança no estatuto que abriu caminho para o clã Bolsonaro, Barroso minimizou. "O estatuto do partido é sustentado pela Constituição", afirmou.
Na convenção nacional do Patriota realizada ontem, Barroso conseguiu aprovar um novo estatuto que abriu caminho para a candidatura própria à Presidência. Ele anunciou o aumento dos integrantes do diretório e da Executiva e a filiação de Flávio como "líder do Patriota na Câmara dos Deputados". Alertado de que o filho "01" de Bolsonaro era senador, ele se corrigiu: "Aliás, no Senado. Ele é nosso grande líder no Senado. Não estou rebaixando, não".
Flávio participou da convenção nacional do Patriota por videoconferência. Na semana passada, ele deixou o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Renio de Deus, dizendo que se filiaria ao mesmo partido a ser escolhido pelo pai. Em seu discurso, o senador elogiou o Patriota e disse ter certeza de que vão "caminhar juntos" para a campanha de 2022, construindo "o maior partido do Brasil".
*Terra