Em entrevista à Revista Oeste, o senador Jorge Kajuru (Cidadania) afirmou que os parlamentares que votarem contra o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, poderão ser punidos pelo eleitor brasileiro nas urnas, em 2022.
“A única dúvida é esta, se há clima na Casa. Se os senadores vão entender que a gente faria a história pela primeira vez no Brasil aprovando o impeachment de alguém tão desrespeitado pela sociedade brasileira e que essa decisão tomada daria ao Senado uma outra imagem perante o Brasil.
Daria o que o Senado não tem até hoje: credibilidade. E, principalmente, passaria a ter o Supremo Tribunal Federal mais respeito com os senadores”, disse Kajuru ao comentar se há clima no Senado para a tramitação do impeachment de Moraes.
“Tem senadores investigados injustamente, que já sofreram injustamente, como o senador Acir [Gurgacz, do PDT], lá de Rondônia [condenado em fevereiro de 2018, pela Primeira Turma do STF, por supostos crimes contra o sistema financeiro]. Então, até os investigados precisam entender que eles deveriam aprovar o impeachment”, continuou.
“A partir daí, o STF iria olhar diferente para o Senado. Hoje, o STF olha para o Senado e vê os 81 senadores como medrosos, como se todos tivessem rabo preso. Essa é a chance que o Senado tem. Está na mão deles. A única dúvida é se há clima ou não.
“Tem senadores investigados injustamente, que já sofreram injustamente, como o senador Acir [Gurgacz, do PDT], lá de Rondônia [condenado em fevereiro de 2018, pela Primeira Turma do STF, por supostos crimes contra o sistema financeiro]. Então, até os investigados precisam entender que eles deveriam aprovar o impeachment”, continuou.
“A partir daí, o STF iria olhar diferente para o Senado. Hoje, o STF olha para o Senado e vê os 81 senadores como medrosos, como se todos tivessem rabo preso. Essa é a chance que o Senado tem. Está na mão deles. A única dúvida é se há clima ou não.
Por parte do presidente Rodrigo Pacheco, o que eu percebi é que ele quer mostrar para a opinião pública a independência dele, que ele não entrou para ser office boy de ninguém. Ele coloca na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça], coloca no plenário e deixa a decisão na mão dos senadores”.
Ao comentar em que se baseia o pedido de impeachment contra Moraes, Kajuru respondeu:
Ao comentar em que se baseia o pedido de impeachment contra Moraes, Kajuru respondeu:
“São tantos motivos… Vão desde o trabalho dele aí em São Paulo, na Secretaria de Segurança Pública, passando pelo Ministério da Justiça do [ex-presidente Michel] Temer, até chegar, com a arrogância que ele chegou, ao Supremo Tribunal Federal. Com julgamentos que revoltaram o Brasil, sendo os votos dele, sempre semelhantes aos de Gilmar Mendes. A postura de Deus… Ele [Moraes] não se acha Deus, ele tem certeza.
Achar que ele poderia fechar veículos de comunicação, como ele tentou fechar. E desrespeitar a Constituição como ele desrespeitou. Primeiro, ao votar pela reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, como ele votou, e depois desrespeitou o artigo 53, que é o direito inviolável à liberdade de expressão dos parlamentares. Por mais que o deputado Daniel Silveira tenha extrapolado, ele não merecia ser preso.
Ele merecia ser julgado e punido pela Câmara Federal, lá no Conselho de Ética. Você prender um deputado, aí fica difícil. Tem o corporativismo do Supremo, daqueles que são iguais a ele, não de todos. Porque o Supremo é formado por pássaros e porcos. Há tanta passagem dele pelo Supremo suficiente para o impeachment há muito tempo, e não agora. Agora é porque se criou um clima favorável no Brasil. Nunca um pedido de impeachment foi apresentado com um abaixo-assinado. E isso também incomoda os parlamentares, de certa forma. O parlamentar que votar contra o impeachment dele poderá ter vários ‘nãos’ nas urnas”.
*Gazeta Brasil
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