O presidente da República, Jair Bolsonaro, citou na manhã desta sexta-feira (12) problemas “que estão se avolumando” no país. Entre as questões, o presidente destacou a perda de poder aquisitivo de parte da população, a inflação “além do normal” nos produtos de primeira necessidade e o preço dos combustíveis.
A culpa é de quem? É tudo minha? – argumentou Bolsonaro a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Entre as preocupações do Executivo está o preço dos combustíveis e do gás de cozinha, impulsionados pela alta do petróleo. Pelas redes sociais, Bolsonaro lançou a proposta de que enviem a ele notas fiscais de postos de combustíveis com as alíquotas dos impostos federais e estaduais cobradas ao abastecer. Segundo o presidente, “mentem na nota fiscal”. “Falam que só eu estou cobrando imposto.”
– É igual ao gás de cozinha. Está em média R$ 90 reais. Está caro? Está. O pessoal cobra de mim. O preço lá na origem está menos de R$ 40. O imposto federal, se eu não me engano, é R$ 0,16. Então, R$ 40 mais R$ 0,16 não justifica chegar a tanto, a R$ 90 – disse o presidente a apoiadores.
– São cartéis, cartéis poderosíssimos com dinheiro, com bilhões, contra mim. Alguns, que eu fico chateado pela ignorância, apontam: tem que resolver. Só com fuzil na mão, e ninguém quer fazer isso daí. Agora, nós vamos chegar lá, não adianta dar pancada em mim – completou.
“SEM APEGO”
O presidente do Brasil afirmou não ter “apego” à Presidência da República. Disse: “não tenho apego àquela pipoca daquela cadeira presidencial”.
– É uma desgraça aquele negócio, mas é uma missão. Enquanto Deus permitir eu vou estar lá – emendou.
MERCADO FINANCEIRO E CRÍTICAS AO ISOLAMENTO
Bolsonaro também voltou a reforçar críticas ao mercado financeiro. “A bolsa e o dólar não reagem como a gente pensa”, afirmou.
Na quinta-feira (11), durante transmissão semanal ao vivo, Bolsonaro disse que o governo quer “tratar da diminuição dos impostos num clima de tranquilidade e não num clima conflituoso no Brasil”.
– E o pessoal do mercado, qualquer coisa que se fala aqui, vocês ficam aí irritadinhos na ponta da linha, né. Sobe dólar, cai a bolsa – afirmou, durante live semanal.
O presidente ainda voltou a criticar as políticas de isolamento a fim de conter a transmissão do novo coronavírus.
– O problema não é só isso, combustível, não. Essa política do fica em casa, a economia a gente vê depois, bateram bastante em mim. Agora estão cobrando que estão desempregados. Quem mandou ficar em casa, fechou o comércio e destruiu empregos não fui eu – completou.
*Estadão