O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, afirmou nesta quinta-feira (3) que a responsabilidade pelo aumento da desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é exclusiva da comunicação do governo, mas de todos os ministérios. A declaração foi dada após um evento em Brasília que apresentou um balanço das principais ações do governo nos primeiros dois anos de mandato.
“Quanto à questão de popularidade do presidente, o objetivo principal desse evento, o objetivo desse evento, não foi isso”, disse Sidônio. O evento, intitulado O Brasil dando a Volta por Cima, contou com a presença de diversos ministros e membros da Esplanada dos Ministérios. Durante sua fala a jornalistas, Sidônio rejeitou a ideia de que a Secom esteja tentando se eximir de responsabilidade sobre a queda na popularidade de Lula.
“Não tem nada de eu me isentar de impopularidade. Zero. Eu acho que impopularidade tem responsabilidade: todos os ministros, todas as áreas da área política, gestão, comunicação, todo mundo.
E que isso já vem de algum período ou de agora. Isso não tem absolutamente nenhum problema”, afirmou.
A pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 2 de abril, revelou que a desaprovação ao trabalho do presidente subiu para 56%, o pior índice desde o início do atual mandato. Pela primeira vez, o percentual superou a marca de 50%. O levantamento, realizado entre 27 e 31 de março, ouviu 2.004 pessoas em todo o Brasil, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.
Sidônio enfatizou que seu papel à frente da Secom é apenas informar. “Quanto à opinião da população sobre o governo, se acha isso, ou disso e daquilo, aí não é questão de a gente ficar definindo”, disse.
O ministro também negou que o evento tenha tido tom de campanha, apesar da presença de líderes do Congresso e de membros do governo. “Eu acho que é uma leitura errada”, declarou. Segundo ele, o ato serviu apenas para divulgar as ações do governo e apresentar à população os serviços oferecidos pela atual gestão. “Eu, como ministro, não penso em campanha política, não quero dizer isso. Eu penso no governo, objetivamente nisso”, concluiu.