Após o Supremo Tribunal Federal (STF) acatar a denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas por uma suposta tentativa de golpe, o ambiente político se viu agitado por uma série de decisões subsequentes que, para muitos, representam um esforço da Corte em suavizar sua imagem. Medidas como o arquivamento de investigações contra o ex-presidente e concessões judiciais a réus da oposição levantaram interpretações de que o Judiciário estaria tentando aliviar a percepção de perseguição política.
Entre as ações mais comentadas estão o encerramento de dois inquéritos contra Bolsonaro — um sobre uma alegada tentativa de fraude em sua vacinação contra a Covid-19 e outro sobre a aproximação de uma baleia com moto aquática —, além da conversão da prisão da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos para o regime domiciliar. Também chamou atenção a autorização para que um réu em tratamento contra o câncer cumpra pena em casa.
Na última quarta-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes arquivou um pedido de prisão preventiva contra Bolsonaro feito por uma vereadora do PT em Recife.
Embora a solicitação tenha sido descartada com base em parecer contrário da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ato foi interpretado por alguns analistas como mais um sinal de recuo pontual, mesmo diante da contundente aceitação da denúncia principal contra o ex-presidente.
Para observadores do cenário político, essas medidas não significam uma mudança de postura duradoura. A avaliação é de que o STF busca apenas evitar episódios que reforcem acusações de parcialidade e alimentem a narrativa da oposição.
Segundo esses analistas, a linha predominante no Supremo ainda caminha para condenações severas, com eventuais concessões táticas para reduzir o desgaste institucional. Informações Jornal da cidade