A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 1º de abril de 2025, a prisão preventiva de Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Léo Índio é réu no processo que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e fugiu para a Argentina há mais de 20 dias, descumprindo medidas cautelares impostas pelo STF, como a retenção de seu passaporte. O pedido, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Gonet justificou a solicitação afirmando que Léo Índio "deliberadamente descumpriu medida cautelar alternativa à prisão", demonstrando "descaso com a aplicação da lei penal e desrespeito às decisões" do STF. A PGR argumenta que a prisão preventiva é necessária para garantir a continuidade do processo, já que a fuga para a Argentina, mesmo sem passaporte, foi possível pelo uso do RG, permitido no Mercosul. Léo Índio alega ter buscado asilo político no país vizinho para preservar sua integridade, mas a PGR considera a saída injustificada.
Léo Índio tornou-se réu em março de 2025, após a Primeira Turma do STF aceitar por unanimidade a denúncia da PGR, que o acusa de participação ativa no planejamento, incitação e execução dos atos de 8 de janeiro. Ele é apontado como integrante de um grupo que incentivou acampamentos antidemocráticos e esteve presente na invasão dos Três Poderes. Na semana passada, em 27 de março, o STF rejeitou um recurso de sua defesa, consolidando sua condição de réu.
A defesa de Léo Índio confirmou sua presença na Argentina, mas não detalhou planos de retorno, enquanto ele afirmou em entrevista à Rádio Massa FM que está em Mendoza, a mais de 2 mil km do endereço informado ao STF.
A PGR reforça que a prisão é essencial para evitar que ele se furte à Justiça. Até o momento, Moraes não decidiu sobre o pedido, mas a situação intensifica a pressão sobre os investigados do 8 de janeiro.
Bolsonaro ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso do sobrinho, mas aliados têm usado o episódio para reforçar a narrativa de perseguição política. O desfecho dependerá da análise de Moraes, que pode determinar a prisão preventiva ou outras medidas, como um pedido de extradição, caso Léo Índio permaneça na Argentina.