O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu declarou, em 28 de março de 2025, durante uma reunião do PT em Brasília, que os chamados "mensaleiros" nunca deixaram o poder dentro do partido ou da política. A fala foi uma resposta a críticos da candidatura de Edinho Silva à presidência do PT, que sugeriam que os envolvidos no escândalo do mensalão estariam tentando retomar o comando da legenda. Dirceu afirmou: “Agora eu ouço dizer de alguns críticos da candidatura que ‘os mensaleiros querem voltar’.
Primeiro, eu nunca saí, nem o Delúbio [Soares], nem o [João] Vaccari [Neto], nem o João Paulo [Cunha], nós nunca saímos”, sendo aplaudido pelos presentes.
A declaração reflete a persistência de figuras históricas do PT, mesmo após condenações no julgamento do mensalão em 2012, que revelou um esquema de compra de votos no Congresso durante o primeiro governo Lula. Dirceu, condenado a 7 anos e 11 meses por corrupção ativa, teve penas da Lava Jato anuladas em 2024 pelo STF, mas segue como uma liderança influente no partido.
Ele planeja candidatar-se a deputado federal em 2026, incentivado por Lula, segundo o próprio ex-ministro.
O contexto da fala envolve uma disputa interna no PT pela sucessão de Gleisi Hoffmann na presidência da sigla, com eleições marcadas para 6 de julho de 2025. A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária e da qual Dirceu e Lula fazem parte, enfrenta resistências à indicação de Edinho Silva, visto por alguns como uma continuidade do grupo ligado ao mensalão. A frase de Dirceu reforça a narrativa de que esse núcleo jamais perdeu relevância no PT.
A afirmação gerou reações polarizadas. Aliados de Dirceu a veem como uma defesa de sua história política, enquanto adversários, como o deputado Éder Mauro (PL-PA), criticaram em redes sociais, chamando o PT de "partido marcado pela corrupção". O episódio destaca a resiliência de figuras do mensalão no cenário político, mesmo após condenações e anos de controvérsia.