Dos cinco ministros da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), quatro mantêm um relacionamento estreito com o governo Lula, consolidando uma forte influência sobre as decisões da Corte. São eles: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino, sendo os dois últimos indicados diretamente pelo presidente Lula. Por outro lado, Luiz Fux se destaca por sua postura mais independente e por um maior distanciamento das orientações do Planalto.
Fux, embora discreto, já expressou em conversas privadas seu desacordo com algumas posturas de Lula, particularmente no que se refere à política externa. O ministro, que é judeu, demonstrou desconforto com o tom adotado pelo governo brasileiro nas questões envolvendo Israel e o grupo terrorista Hamas. A título de curiosidade, em 2020, Fux foi homenageado pela embaixada israelense no Brasil, recebendo a medalha Jerusalém de Ouro.
Além das questões internacionais, Fux também se mostrou divergente em matérias mais internas.
Em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro defendeu que o caso fosse tratado no plenário do STF, alegando que a competência para julgá-lo não deveria ser exclusiva da Corte. Em outra oportunidade, Fux criticou a delação premiada de Mauro Cid, ao contrário de seu colega Alexandre de Moraes.
No campo das manifestações, Fux foi o único a sugerir uma revisão na dosimetria da pena de Débora Rodrigues, a cabeleireira que pichou a frase “perdeu mané” na estátua do STF.
Enquanto Moraes e Dino votaram pela condenação de Rodrigues a 14 anos de prisão, Fux pediu vistas do processo, demonstrando sua tendência a ponderar mais as questões que envolvem o cidadão comum. Jornal da cidade