O Sul lidera a rejeição, com 58,1% de desconfiança, seguido por Sudeste (50,1%) e pelas regiões Norte e Centro-Oeste (50,6%). No Nordeste, o cenário é mais dividido: 25,7% disseram confiar muito, 26,8% um pouco, e 41,7% declararam não confiar no STF.
Segundo Arilton Freres, sociólogo e diretor do Instituto Opinião, os números são reflexo do envolvimento da Corte em temas de forte impacto político e decisões controversas nos últimos anos. Para ele, o resultado funciona como um alerta institucional:
“É fundamental que os poderes da República reconectem-se com a população, ampliem a transparência e fortaleçam os canais de escuta. Sem confiança pública, a democracia enfraquece”, afirmou.
Congresso Nacional também tem avaliação negativa
O levantamento também mediu a percepção do desempenho do Congresso Nacional, revelando rejeição expressiva.
Na Câmara dos Deputados, apenas 1,4% classificaram o desempenho como “ótimo”, enquanto 8,2% disseram ser “bom”. O maior grupo, 34,8%, avaliou como “regular”, seguido por 19,7% que consideram “ruim” e 30,1% que o veem como “péssimo”.
O Senado Federal apresentou índices semelhantes: 1,6% classificaram como “ótimo”, 7,7% como “bom”, 35,1% como “regular”, 18,2% como “ruim” e 29,9% como “péssimo”.
Freres observa que grande parte da população não se recorda em quem votou para o Congresso, o que revela uma crise de representatividade e desconexão entre eleitores e parlamentares. Isso, segundo ele, dificulta a cobrança de resultados e favorece o distanciamento da sociedade em relação ao processo legislativo.
Perfil dos entrevistadosGênero: 53% mulheres, 47% homens
Idade: 24% entre 45 e 59 anos, 14% entre 16 e 24 anos
Escolaridade: 40% até o 9º ano, 42% com ensino médio completo, 18% com ensino superior
Renda familiar: 46% até dois salários mínimos, 33% entre dois e cinco salários, 21% acima dessa faixa
Distribuição geográfica: 42% no Sudeste, 28% no Nordeste, 15% no Sul, 15% no Norte e Centro-Oeste
Com margem de erro de dois pontos percentuais e 95% de nível de confiança, a pesquisa reforça o sentimento de descrença nas instituições, especialmente entre as regiões Sul e Sudeste, historicamente mais críticas à atuação do Supremo.