Comissão da Câmara quer acionar OEA por julgamento de Bolsonaro Comissão da Câmara quer acionar OEA por julgamento de Bolsonaro Comissão da Câmara quer acionar OEA por julgamento de Bolsonaro Comissão da Câmara quer acionar OEA por julgamento de Bolsonaro -->

Comissão da Câmara quer acionar OEA por julgamento de Bolsonaro

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados planeja acionar a Organização dos Estados Americanos (OEA) para questionar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa foi anunciada em 20 de março de 2025, data em que posts no X indicaram que deputados da comissão, liderados por parlamentares do PL, partido de Bolsonaro, estão preocupados com o processo que pode torná-lo réu por uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Eles argumentam que o julgamento, conduzido pela Primeira Turma do STF sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, poderia violar direitos fundamentais e configurar perseguição política. A votação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) está marcada para 25 de março de 2025. O objetivo da comissão é solicitar que a OEA, por meio da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), analise se o processo contra Bolsonaro respeita os princípios do devido processo legal e da imparcialidade judicial, previstos na Convenção Americana de Direitos Humanos. Parlamentares como Eduardo Bolsonaro, que recentemente se licenciou do mandato para permanecer nos Estados Unidos, têm defendido que o STF, especialmente Moraes, age de forma arbitrária contra opositores do governo Lula. A comissão planeja formalizar o pedido nos próximos dias, antes do julgamento no STF, alegando que a Corte brasileira estaria extrapolando suas funções ao investigar e julgar o ex-presidente sem garantias plenas de defesa. A medida reflete uma estratégia de internacionalizar o caso. A denúncia da PGR acusa Bolsonaro e outros 33 indivíduos de crimes como golpe de Estado, organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, baseando-se em investigações da Polícia Federal sobre os eventos pós-eleitorais de 2022 e os atos de 8 de janeiro de 2023. A ação da Comissão de Relações Exteriores ocorre em paralelo a articulações de deputados bolsonaristas nos Estados Unidos, onde já buscaram apoio de parlamentares republicanos para pressionar autoridades brasileiras, incluindo pedidos de sanções contra Moraes. A OEA, sediada em Washington, D.C., é vista pelos deputados como um foro neutro para avaliar se o julgamento no STF compromete os direitos de Bolsonaro, embora o governo brasileiro sustente que o processo segue as normas legais internas. A iniciativa da Câmara enfrenta obstáculos, já que a CIDH só analisa casos após o esgotamento dos recursos na justiça nacional, o que ainda não ocorreu no caso de Bolsonaro, pois o STF sequer decidiu se aceitará a denúncia. Além disso, o governo Lula deve rejeitar a interferência da OEA, argumentando que o Judiciário brasileiro é independente e que as acusações contra o ex-presidente são baseadas em evidências sólidas. A Comissão de Relações Exteriores, no entanto, insiste que a denúncia tem motivação política e que a OEA poderia emitir uma recomendação preliminar. O desfecho dependerá tanto da resposta da organização quanto do julgamento no STF, que pode intensificar as tensões políticas no Brasil e no cenário internacional.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

Formulário de contato