Durante sessão da CPMI que deveria investigar os atos do dia 8 de janeiro, o senador Marcos Rogério rebateu os parlamentares da extrema-esquerda que defendiam a permanência da relatora, senadora Eliziane Gama, mesmo após ter sido revelado que ela combinou o depoimento com o “general do Lula”, através de sua assessoria.
O senador apontou: “eu vejo aqui uma movimentação da parte dos governistas em defender a Relatora e acho absolutamente natural, especialmente depois do que nós ouvimos na última sessão. É algo que nós temos que observar, porque questionar a imparcialidade de Relator não é impróprio e não é ilegal.
Relator que tem contato ou combina linha de interrogatório de investigação perde a legitimidade; Relator que, para evitar se posicionar sobre convocação de quem teve participação naquilo que investigamos no âmbito desta CPMI, ao dizer que é da base do Governo - repito: ao dizer que é da base do Governo -, coloca sob suspeição a linha de investigação e o seu próprio relatório”.
O senador fez perguntas ao general que prestava depoimento, apontando que não houve qualquer atuação para impedir os atos de invasão e depredação dos prédios públicos. Ele explicou: “está mais do que evidente que a informação existia: dois dias antes, já se tinha a informação da mobilização; no dia anterior, sabia-se da chegada dos ônibus transportando manifestantes; a Abin informou ao comandante do GSI, ao Ministro do GSI o tipo de manifestante que estava vindo nesses ônibus.
Havia informação, havia tempo disponível para a mobilização das forças de segurança. E aí o depoimento do General Dutra aqui hoje, mais uma vez, coloca, de maneira muito clara a todos nós, que não houve o acionamento das forças de segurança disponíveis no Palácio do Planalto”. Marcos Rogério apontou: “a questão é que, ainda que a Polícia Militar não tendo agido, em razão da ausência de informação, com o efetivo disponível no Palácio do Planalto e com a informação que chegou a tempo e hora, se a decisão do chefe do GSI fosse acionar as forças disponíveis, nada do que aconteceu teria acontecido.
Isso é um fato evidente”. O senador questionou o general: “Aquilo que aconteceu no dia 8 pode ser classificado como golpe dentro das circunstâncias em que ocorreu?”. O general respondeu: “Ali, para que se caracterizasse o golpe, faltava uma instituição armada apoiando aquilo ali”.
Marcos Rogério resumiu o que seria necessário fazer caso a CPMI buscasse uma investigação séria: “Primeiro, afastar essa narrativa mentirosa de golpe; e, segundo, é preciso fazer uma investigação com seriedade apontando para todos que tiveram participação e que têm culpa dolosa ou culposa nos atos do 8 de janeiro. Está evidente para mim que o Palácio do Planalto, na figura do seu Ministro do GSI, agiu de maneira equivocada ou dolosa para produzir o resultado que aconteceu”.
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