Os convidados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, que busca apurar ações, quem e de onde vêm os recursos que bancam as invasões de terra por todo o Brasil, estão denunciando que nem chegaram ainda aos debates do colegiado e já estão sendo agredidos na internet por militantes da esquerda.
Xico Graziano, 70 anos, um professor e engenheiro agrônomo formado pela ESALQ/USP em 1974, ex-presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), disse que, da noite pro dia, virou vítima de ataques e xingamentos no ambiente virtual.
Conhecedor como poucos do agronegócio brasileiro, o conferencista e autor de 10 livros sobre a Reforma Agrária é um dos mais aguardados no colegiado.
- Fui convidado a estar na CPI, irei com gosto, mas não participarei de bate-boca. Vou apresentar um relatório sobre o processo da reforma agrária no Brasil - adiantou em entrevista para a Revista Veja.
Se depender da base governista, que durante o "depoimento" do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (MDB), teve uma deputada e uma assessora retiradas da sala por não pararem de gritar; é bem provável que Graziano, um dos fundadores do PSDB, considere que o mundo virtual é mais saudável e seguro que o real.
A ida dele à comissão está agendada para esta terça-feira (13).
A CPI tem até o final de setembro para concluir os trabalhos.
O relator é Ricardo Salles (PL-SP), que foi Ministro do Meio Ambiente no Governo Bolsonaro e também conhece muito bem o conflito entre agronegócio, movimentos sociais e sustentabilidade.
Jornal do Agro Online