As empresas de auditoria contratadas pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) para apurar o caso das inserções que teriam sido veiculadas em número menor do que o previsto se posicionaram após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, negar prosseguir com a apuração do fato.
Em nota, a Audiency Brasil disse que citou apenas oito emissoras, porque “o objetivo foi apresentar de forma mais resumida, o que estava sendo entregue na sequência das páginas anexadas ao processo”, e que “todas as provas necessárias estão disponibilizadas”.
– Seria impossível para um ser humano realizar a checagem, em 24h, das mais de 5 mil emissoras monitoradas para a campanha. Procuramos facilitar o processo, citando apenas oito, que foram escolhidas de forma aleatória, permitindo que as partes conseguissem ouvir os áudios e tirar qualquer dúvida sobre a entrega – acrescentou.
A empresa ainda rebateu uma das alegações que constaram na decisão de Moraes, de que a auditoria não teria identificado áudios que efetivamente teriam sido veiculados. De acordo com a Audiency, os áudios foram efetivamente identificados, mas eles não estavam sendo veiculados em conformidade com o chamado Pedido de Inserção (PI).
– Esse fato rebate alguns questionamentos sobre emissoras que alegaram ter publicado spots não identificados pela plataforma. Reforçamos que a plataforma identificou áudios, no entanto, esses áudios não estavam sendo veiculados em conformidade com o PI [Pedido de Inserção] – declarou.
A Soundview, por sua vez, declarou que foi contratado um “monitoramento 24×7 de milhares de emissoras de rádio de todo o Brasil, inclusive no interior dos estados com a gravação e submissão da tecnologia proprietária de reconhecimento de áudio, que consegue em tempo real, gerar relatórios com datas e horários exatos de inserções em cada emissora de rádio indexada”.
A empresa ainda apresentou, no comunicado, uma lista de seus clientes, que inclui o Ministério da Saúde, o Banco do Brasil, a Caixa e a Secom; a última, inclusive, ainda nos governos de Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT). Em 2018, a Soundview atendeu à campanha de Dilma ao Senado por Minas Gerais.