Justiça Federal proíbe Bolsonaro de usar o termo “lepra” e derivados Justiça Federal proíbe Bolsonaro de usar o termo “lepra” e derivados Justiça Federal proíbe Bolsonaro de usar o termo “lepra” e derivados Pular para o conteúdo principal

Justiça Federal proíbe Bolsonaro de usar o termo “lepra” e derivados


O juiz federal da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Fabio Tenenblat, proibiu — em respeito a pessoas diagnosticadas com hanseníase — o presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar o termo “lepra” e seus derivados.

Durante discurso em dezembro do ano passado na cidade de Chapecó, interior de Santa Catarina, Bolsonaro disse que “quem já leu ou viu filmes daquela época, quando Cristo nasceu, o grande mal daquele momento era a lepra. O leproso era isolado, distância dele. Hoje em dia, temos lepra também, continua, mas o mundo não acabou naquele momento”.

O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), representado pelo advogado Carlos Nicodemos, entrou com uma ação e pediu para que seja determinado, liminarmente, que Bolsonaro se abstenha de usar o termo “lepra” e seus derivados, como “leproso”.

Essas palavras não podem ser usadas no Brasil desde 1995. A Lei nº 9.010/1995 descreve, inclusive, a terminologia oficial a ser usada: hanseníase, doente de hanseníase, hansenologia, hansenologista, hansênico etc., devido ao preconceito causado sobre a vida social e profissional dessas pessoas e sobre seus familiares.

“No caso concreto, os termos ‘lepra’ e ‘leproso’ foram utilizados pelo mandatário em discurso realizado em cerimônia oficial da Presidência da República e devidamente registrado pela TV Nacional do Brasil – NBR. Consequentemente, ainda mais quando se considera que as normas garantidoras de direitos fundamentais devem ser interpretadas de forma extensiva, não há dúvidas de que, ao menos para efeitos da Lei nº 9.010/1995, está-se diante de documento oficial. Ocorreu, portanto, infringência à referida norma”, assinalou o juiz, na decisão.

“Por outro lado, há perigo de dano na não observância da terminologia oficial prevista na Lei nº 9.010/1995, considerando a histórica dívida que a sociedade tem com as pessoas atingidas pela hanseníase e, mais do que isso, os abalos psicológicos causados pelo uso de termos estigmatizantes e discriminatórios por autoridades públicas”, prosseguiu o magistrado.

O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase. São diagnosticados cerca de 30 mil novos pacientes a cada ano no país.

.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lula afirma ter certeza que Bolsonaro organizou atos do 8 de janeiro, mas não apresenta nenhuma prova

Participe do nosso Telegram clique aqui Lula (PT), em entrevista ao jornal espanhol El País, afirmou categoricamente estar convencido de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe foram os organizadores dos atos do dia 8 de Janeiro, em Brasília, porém não apresentou nenhuma prova. Na entrevista publicada nesta quinta-feira (27), o petista diz, ainda, não ter dúvidas sobre a tentativa de Bolsonaro tomar o poder mesmo antes dos atos. “Não tenho dúvidas de que ele tentou dar um golpe. Isso iria acontecer no primeiro dia da minha posse, mas como era muita gente, esperou uma semana”, disse Lula ao El País. “Temos a convicção de que tudo foi organizado por Bolsonaro e sua equipe.Ele foi indiciado por 34 acusações e mais serão apresentadas, especialmente em processos internacionais”, completou o presidente mais adiante. Lula também omitiu que o seu ex-ministro e membros do seu GSI foram flagrados em meio aos atos, servindo até agua para manifestantes. Em entrevista ao El País,

PL das Fake News: Moraes quer suspensão de perfil difusor

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, se reuniu, nesta terça-feira (25), com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para apresentar sugestões de emendas ao projeto de lei (PL) das Fake News.  No rol das novas medidas, Moraes quer que as redes sociais suspendam perfis, contas ou canais considerados produtores “sistemáticos” de desinformação e publicadores “contumazes” de informações falsas, sem que seja necessário notificar esses usuários da medida adotada. Moraes ainda detalha que devem ser considerados riscos o compartilhamento de “condutas, informações e atos antidemocráticos”; notícias falsas contra o processo eleitoral; “grave ameaça” ou incitação de violência física contra funcionários públicos; publicações que ameacem a “infraestrutura física do Estado” ou que peçam a “abolição violenta da democracia”; e postagens que promovam racismo, homofobia, ideologias nazista, fascista ou odiosa contra mi

Governo Lula corta Auxílio Gás de mais de 250 mil famílias

Desde janeiro, o governo Lula cortou o benefício de Auxílio Gás de 267 mil famílias, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social. O vale-gás consiste no pagamento de botijões a famílias carentes. Os dados, divulgados pelo portal G1, mostram que em dezembro, o benefício era pago a 5,95 milhões de famílias. Em abril, esse número caiu para 5,69 milhões. A queda foi de quase 4,5%. Segundo o ministro Wellington Dias, o corte do benefício ocorreu em razão de uma atualização cadastral, como a revisão feita com o Bolsa Família . “Nós tínhamos muitas pessoas que não preenchiam os requisitos.  O vale-gás, na própria legislação aprovada pelo Congresso, estabelece uma meta que tem a ver com o tamanho da renda e muita gente com renda elevada estava recebendo. Nós estamos falando de um esforço de dinheiro do povo brasileiro”, declarou Dias, ao G1. O Auxílio Gás foi criado em 2021 pelo governo de Jair Bolsonaro para tentar reduzir o efeito do preço do gás de cozinha no orçamento da