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Bolsonaro terá restrições alimentares pelo resto da vida



O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira, 4, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) terá de conviver com restrições alimentares pelo "resto da vida".

Segundo o parlamentar, a facada sofrida pelo presidente deixou consequências "físicas e psicológicas". Entre elas, restrições alimentares permanentes. "Ele não pode se dar o luxo de fazer muitas coisas que gostaria", disse o senador, acrescentando que o presidente gosta de comer "pastel, pizza e churrasco".

Dieta

A dieta tem impacto direto em casos como o de Bolsonaro, destacam especialistas ouvidos pelo Estadão. O quadro de obstrução intestinal - que o presidente já havia apresentado em julho - ocorre quando há aderência entre alças do intestino, impedindo a passagem adequada dos alimentos. A sucessão de cirurgias às quais o mandatário já se submeteu em função da facada favorece o surgimento de aderências.

"Ele tem essas aderências porque foi muito manipulado anteriormente com cirurgias intra-abdominais", explicou o médico Marcelo Borba, coordenador do Núcleo de Doenças Inflamatórias Intestinais do Hospital Sírio-Libanês. "Nesses casos, tem de fazer uma certa dieta, por exemplo, evitar alimentos que fermentam muito, como leite, ou que são muito fibrosos e de difícil digestão, por exemplo, vegetais e legumes."

A médica Renata Fróes, doutoura em gastroenterologia pela UERJ e titular do grupo de doenças inflamatórias intestinais do Brasil (GEDIIB), explica que esses alimentos podem gerar um bolo fecal maior, dificultando a passagem pelo intestino. 

Ela também cita a carne como um alimento a ser evitado, principalmente na fase aguda do quadro clínico. No dia a dia, a médica afirmou que, em geral, o consumo de carne pode ser feito em pedaços pequenos e bem mastigados. No caso do consumo de gorduras, como citado pelo Flávio, a médica explica que, em geral, "o consumo de gorduras não tende a piorar o quadro, mas cada organismo responde de uma forma individual".

Segundo Borba, a quantidade de alimento ingerido também pode ter impacto. "Quem tem essas aderências e come muito pode ter obstruções também, uma vez que aumenta o fluxo de alimento no intestino", disse Borba. "O importante é ter um acompanhamento nutricional. O que fazer nesse caso é tratar e, eventualmente, operar quando for muito necessário."

O ideal é evitar a intervenção cirúrgica porque ela pode provocar novas aderências. Segundo o especialista, o que pode acontecer é ele entrar num looping de operar-obstruir. "Quanto mais se opera, mais cria aderências e mais difícil fica passar a comida." A cirurgia só seria indicada em casos de obstrução total e quando não é possível resolver clinicamente. Bolsonaro foi diagnosticado com uma suboclusão, quando há obstrução é parcial.

Renata Fróes explica que a dor nesse quadro clínico ocorre porque há uma dilatação no intestino na parte anterior da obtrução, por causa do acúmulo do bolo fecal. "Quando há a dilatação, os nervos e a circulação sanguínea são comprimidos, o que causa a dor", diz.

Para lidar constantemente com esse quadro, a médica explica que são necessárias três condutas: alimentação orientada por nutricionista, beber bastante água e praticar exercícios físicos. "A água é emoliente e faz a comida escorregar; enquanto o exercício físico fortifica a musculatura abdominal, o que faz com que as fezes passem mais facilmente pelo local obstruído", disse.

*Terra

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