O escritor Olavo de Carvalho negou, nesta quinta-feira (23), que ele e o presidente Jair Bolsonaro se ajudem mutuamente. Em vídeo no Youtube, Olavo afirmou nunca ter precisado do chefe do Executivo brasileiro para “coisa nenhuma” e lembrou que já tinha o seu público antes da ascensão do líder do Planalto.
Eu não vejo no que o Bolsonaro me ajudou. Eu nunca precisei dele para coisa nenhuma, nunca pedi nada a ele e, sobretudo, nunca quis posar do lado dele. Nunca fui procurá-lo para isso nem uma única vez – assinalou Olavo
A declaração foi uma resposta a comentários do influenciador político Gustavo Gayer, que fez uma análise das críticas feitas por Olavo ao presidente Bolsonaro. Na ocasião, Gayer confessou discordar do escritor, que, na segunda-feira (20), disse ter sido usado por Bolsonaro como “poster boy” [garoto-propaganda].
– O Bolsonaro, para mim, não usou Olavo de Carvalho. Ambos se usaram mutuamente, porque puderam crescer juntos. Olavo ajudou e continua ajudando a direita e os conservadores na luta contra o marxismo brasileiro, escancarou as entranhas do sistema. E o Bolsonaro foi quem teve a coragem de ir lá e tentar enfrentá-lo [o sistema]. O que aconteceu é que subestimamos muito o poder desse sistema e do quão perverso ele poderia se tornar – declarou Gayer.
Em resposta, Olavo pontuou que seus primeiros best-sellers já vieram nos anos 90, com sucessos de venda em livros como O Imbecil Coletivo e a Nova Era da Revolução Cultural. Frisou ainda que, já naquela época, era colunista do jornal O Globo e da revista Época.
– Eu nunca precisei do Bolsonaro para fazer público. Isso é um absurdo – acrescentou.
Olavo disse ainda a Gayer que só se engaja em debates com outros intelectuais, não com influenciadores.
– Eu estou escrevendo desde que você chupava chupeta no colo da sua mãe. Você não sabe de coisa nenhuma. Você chegou agora. […] Na esquerda, eu nunca vi um mero comentarista de política puxar discussão com o intelectual do partido. Você quer discutir comigo? Primeiro me mostre a sua obra. Nós vamos confrontar um sistema de pensamento com outro sistema de pensamento, uma obra com outra obra, e não uma obra inteira com um palpite, tá bom? – finalizou.
Nos comentários do vídeo, há quem tenha elogiado a postura do escritor. Outros apontaram uma suposta “arrogância” nas falas. E uns internautas pontuaram sobre terem conhecido o ensaísta por intermédio do presidente.
*Pleno News