Na sessão de apresentação do relatório final da CPI da pandemia, também conhecida como “CPI do Circo”, “CPI da Cortina de Fumaça” e “Tribunal de Renan Calheiros”, o senador Marcos Rogério e o presidente da comissão, senador Omar Aziz, envolveram-se em um bate-boca em torno das dificuldades enfrentadas pelos senadores não alinhados com o famoso “G7”, o comando da CPI.
O senador Marcos Rogério, que apresentou um voto à parte, questionou o tempo que lhe foi concedido para apresentação de seu voto, e depois apresentou uma questão de ordem apontando que a CPI não tem poderes para investigar o presidente da república, e muito menos indiciá-lo, como fez o relator, Renan Calheiros.
Ao negar a questão de ordem do senador Marcos Rogério, o senador Omar Aziz afirmou que o objetivo da CPI era acusar o presidente. Ao concluir, disse: “Eu o ouvi. A sua questão de ordem está indeferida. O Presidente cometeu muitos crimes e vai pagar por eles”.
O senador Marcos Rogério ironizou: “É o método "tratoraço"”. E Omar Aziz respondeu: “Tenha a maioria aqui, e aí você aprova o que você quiser. Se não tem, fique quieto”. O bate-boca entre os senadores é bastante ilustrativo de como funcionou a CPI, deixando de lado indícios de corrupção para desgastar o presidente Jair Bolsonaro e perseguir seus apoiadores.
Enquanto se recusou a investigar indícios de corrupção com os recursos enviados pelo governo federal para os estados e municípios, a CPI não poupou esforços em humilhar pessoas e empresas que manifestaram apoio ao presidente Jair Bolsonaro, além de quebrar sigilos sem qualquer fundamentação, vazar dados sigilosos para a imprensa e ameaçar pessoas de prisão.
O procedimento é o mesmo observado em inquéritos conduzidos em cortes superiores: matérias da velha imprensa atribuem um “rótulo” ou “marca” a um grupo de pessoas, e isso é tido como suficiente para quebras de sigilos, interrogatórios, buscas e apreensões, prisões e confiscos.
Após promover uma devassa nas pessoas e empresas, no que é conhecido como “fishing expedition”, os dados são vazados para a velha imprensa, que então promove um assassi* de reputações que dá causa a novas medidas abusivas.
Conforme vários senadores já notaram, os procedimentos são, comumente, dirigidos aos veículos de imprensa independentes, em evidente tentativa de eliminar a concorrência, controlar a informação e manipular a população brasileira.