O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta sexta-feira (26) que os demais países membros do Mercosul “redobrem os esforços nas negociações externas”, garantindo que o Brasil quer “celeridade” e “resultados significativos”, em discurso pelo aniversário do 30º aniversário do bloco comunitário.
Queremos que nossas economias possam participar ainda mais das novas cadeias de valor regionais, especialmente neste momento, em que precisamos urgentemente superar os grandes danos causados pela pandemia – disse o chefe de governo brasileiro.
Bolsonaro se manifestou logo depois que o presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez o discurso de abertura da cerimônia virtual que celebrou o aniversário de 30 anos do Mercosul, em ato em que também se pronunciarão os presidentes do Paraguai, Mario Abdo Benítez, do Uruguay, Luis Alberto Lacalle Pou; do Chile (país associado ao bloco), Sebastián Piñera; e da Bolívia (que está em processo de adesão ao bloco), Luis Arce.
MODERNIZAÇÃO DO MERCOSUL
Durante o discurso do Brasil, Bolsonaro fez um apelo em prol da “modernização” do Mercosul, por meio da “atualização das tarifas externas”.
O presidente também destacou que há “grande espaço para aprofundar ainda mais o regionalismo” naqueles setores que estão à margem do comércio internacional e apelou para “superar as lacunas” em indústrias (como a automotiva e a açucareira), alinhando as regulamentações existentes “às melhores práticas e padrões internacionais”.
Bolsonaro falou, diversas vezes, sobre a “concepção original” do Tratado de Assunção, que fundou o Mercosul em 1991, destacando que é preciso respeitar as premissas de “liberdade política e econômica” dos países que integram o bloco.
– Temos que dar o exemplo com resultados concretos, com empregos e renda para nossos cidadãos, com apoio às nossas empresas e com bens de menor valor e melhor qualidade disponíveis para todos os consumidores – disse Bolsonaro, que completou o discurso dizendo ser necessário “melhorar as regras que valorizam o ambiente de negócios”.
Para alcançar a modernização do bloco regional, o presidente defendeu que os países possam negociar livremente seus próprios tratados comerciais, dado que as diferenças de cunho político ou econômico entre os integrantes do Mercosul “não têm que afetar o avanço do projeto de integração”.
– Entendemos que a regra do consenso não pode ser transformada em uma ferramenta de veto ou em um freio permanente. O princípio da flexibilidade está inscrito no próprio Tratado de Assunção. O Brasil quer contar com o apoio dos outros membros do bloco para continuar expandindo a rede de negociações comerciais extrarregionais – disse.
SOLIDARIEDADE COM VÍTIMAS
Hoje, Bolsonaro iniciou o discurso admitindo que os países do Mercosul atravessam um “momento difícil e “repleto de desafios”, devido ao impacto da pandemia da Covid-19 na região.
– Reafirmo minha solidariedade às famílias e meu profundo luto pela perda de vidas e pelo profundo sofrimento que a pandemia tem causado ao nosso povo – disse o presidente.