
Há quase dois anos da eleição que levou a extrema direita ao Palácio do Planalto, líderes da esquerda brasileira articulam a criação de um novo partido para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. As conversas foram reveladas pelo jornal O Globo.
O PSB tem se aproximado do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para que ele seja candidato à Presidência da República em 2022. O presidente do partido, Carlos Siqueira, convidou o governador do Maranhão para a legenda.
O governador, no entanto, deseja uma fusão das duas siglas, o que daria acesso a um fundo eleitoral de mais de R$ 145 milhões, valor superior ao que é recebido por PSDB, DEM e PP, e maior tempo de televisão.
Segundo o Globo, Dino chama o projeto de “MDB da esquerda”, pois acredita que poderá trazer para o novo partido vários nomes insatisfeitos com os rumos das suas próprias legendas. Como, por exemplo, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que está insatisfeito com o PSOL carioca. Além disso, ele sempre teve diálogo aberto com importantes lideranças partidárias, inclusive de direita, e poderia ser um ótimo nome para o novo partido.
Dino está formando uma frente ampla de oposição ao governo e tem conversado com Freixo, Maia, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o apresentador Luciano Huck.
Ele já teria afirmado que um “rearranjo” nos partidos políticos é esperado após as eleições municipais, previstas para novembro deste ano.
De acordo com a matéria do Globo, as dificuldades para o surgimento dessa “nova esquerda” seriam PT e PDT, que não abrem mão de encabeçar uma chapa para enfrentar Bolsonaro.
O governador do Maranhão vem dialogando com Lula, por acreditar não ser possível vencer Bolsonaro abdicando do lulismo, mas, por ora, o PT insiste em ter candidato próprio em 2022.
As eleições municipais também não apresentam um bom sinal para a esquerda. Dino avalia que a esquerda poderá perder em todas as capitais brasileiras em novembro, com base nos pré-candidatos escolhidos até o momento - PSB e PDT comandam, somados, cinco capitais, enquanto PT e PCdoB não estão à frente de nenhuma.